Roger Federer

Imagine se, a cada ano, a Mona Lisa fosse perdendo um pouquinho da sua cor e da sua forma. E o teto da Capela Sistina ruísse grão por grão. Dia a dia. E se as notas da nona sinfonia fossem se embaralhando até se transformarem em um emaranhado sonoro. E se os fãs dos Beatles esquecessem os versos de Yesterday?

Nada disso acontecerá. A arte sempre vence o tempo. Os gênios também. Mas não toda a arte. Não todos os gênios.

No esporte, o conceito de arte é, impiedosamente, perecível. E os gênios às vezes também parecem ser. O hoje se sobrepõe ao ontem com brutalidade. O corpo e a mente, mais cedo ou mais tarde, impõem limitações. Transformam gênios de ontem em atletas comuns de hoje.
Há um certo momento da carreira em que o passado se torna o maior adversário e os jogos passam a ser contra si mesmo. O duelo entre quem você já foi e quem você acredita que ainda pode ser, quase sempre, termina com a imposição do passado.

Ser contemporâneo de gênios do esporte nos apresenta o lado normal, limitado, humano de cada um deles. E não é tão simples conviver com isso. Nem para fã, nem para o atleta.

É mais fácil eternizarmos quem não vimos. O passado os protege com o romantismo que os ídolos merecem. Será assim também com os nossos contemporâneos. Mas não é um processo imediato. O passado leva tempo para se distanciar da pressão, das cobranças, das frustrações do presente.

As histórias que contaremos aos nossos filhos terão final feliz. E, um dia, certamente, passaremos horas contando sobre Roger Federer.

O melhor tenista de todos os tempos. Nos números e nos movimentos. Na matemática e na arte. O homem que chegou mais perto da perfeição com uma raquete em mãos.

Ninguém venceu tanto no tênis quanto Roger Federer. Ninguém enriqueceu tanto no tênis. Ninguém foi tão cultuado no tênis. Ainda assim, hoje Federer sente o peso do passado. Do presente. E o mais angustiante: hoje ele não se sente plenamente realizado. Quer viver mais um instante, mais um capítulo.

Nesta semana, o mundo assistiu mais um capítulo da sua decadência. A palavra é forte, mas é fria e cruelmente precisa. Aos 31 anos, vive os seus dias mais difíceis. Tornou-se apenas um bom jogador. E para ele nunca será suficiente ser “apenas” um bom jogador. Em 2013, ganhou 35 partidas e perdeu 12. A 12ª, anteontem, foi a mais doída. Os últimos momentos da partida foram de silêncio na quadra. Um silêncio ensurdecedor. Era como se todos estivesse gritando por Federer.

“Sinto que eu me derrotei. Meio que me autodestruí, o que é triste. Foi uma apresentação frustrante”, explicou em melancólico o suíço depois da derrota por 3 sets a 0 para Tommy Robredo nas oitavas de final do US Open.

Federer foi campeão do grand Slam norte-americano por cinco anos consecutivos. Nenhum outro tenista conseguiu algo parecido. Esta semana, pela primeira vez em dez anos, ela não disputará às quartas de final em Nova York. A ausência traz questionamentos: Fim de uma era? OU, pelo menos, o começo do fim? Quem sou eu para responder.

Enfrentando dores nas costas constantes há pelo menos dois anos, o maior da história não esconde a angustia de um iniciante: “Tenho que voltar a trabalhar e voltar mais forte, deixar essa derrota para trás o mais rápido possível, porque não quero mais jogar assim, quero ser melhor. Sei que posso”.

O jogo de Federer contra Federer continua.

Por: Fred Figueiroa

(Fonte: Rede Tênis)

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