Muitos de vocês devem conhecer a trajetória de sucesso do tenista brasileiro Gustavo Kuerten. Nascido em Florianópolis, o atleta esteve em quadra de 1993 até 2008 e no período conquistou 20 títulos simples, oito títulos de duplas, sendo as suas maiores vitórias os torneios de Roland Garros conquistados na França. Ele começou a praticar o esporte ainda menino, mas foi na adolescência e com a ajuda de Larri Passos que Guga tornou-se profissional.
Mesmo com a vida corrida que levava, com os treinamentos e torneios quando se tornou um tenista profissional, Guga – como simpaticamente foi apelidado –, sempre se preocupou com causas sociais. “Sua mãe Alice Kuerten era assistente social, então isso sempre esteve presente na vida de Guga”, afirmou o porta-voz do Instituto Guga Kuerten (IGK), Perseu Lehmkuhl.
Uma dessas causas era mais especial, o auxílio a pessoas com deficiência, já que seu irmão Guilherme Kuerten era portador de necessidades especiais. “Guga sempre teve sua imagem atrelada a campanhas de conscientização e de arrecadação de dinheiro para entidades como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), por exemplo. Até que em 2000 optou por criar um projeto social que leva o seu nome, o Instituto Guga Kuerten (IGK). “O instituto foi criado em 2000, pela família Kuerten. O projeto social foi feito com recursos próprios, o apoio de parceiro veio bem depois da criação do IGK”, disse Lehmkuhl.

Em princípio o Instituto Guga Kuerten tinha como missão ajudar famílias de portadores de necessidades especiais a ter acesso a tratamentos de ponta. A iniciativa foi fruto da experiência da família Kuerten em custear todo o tratamento de Guilherme. “Eles sabiam o quanto era caro ter um familiar deficiente em casa. Então foi criado o Fundo de Apoio a Projetos Sociais(FAPS)”.
O FAPS seleciona Ongs e entidades sem fins lucrativos, ajuda na profissionalização dessas entidades e com aporte financeiro de até R$ 20 mil. “Não temos estrutura para atendimento, desta forma selecionamos projetos com potencial e ajudamos no treinamento de profissionais para atuar nessas Ongs e na compra de equipamentos”, explicou Lehmkuhl.
Como o esporte foi responsável pela transformação na vida de Guga, claro que ele está presente no IGK. “Além da FAPS, temos o Projeto Campeões da Vida, em que o esporte é agregado à educação. Atendemos crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social que além da prática de esportes, têm acesso a estudos”, afirmou Lehmkuhl. Para a prática desportiva o IGK conta com os clubes da Florianópolis que cedem suas quadras por três horas e meia alguns dias da semana. “O IGK tem apenas a cede, então os clubes permitem que o instituo use as dependências desses locais para a prática de esporte”, disse.

Atualmente são sete ações envolvendo o Projeto Campeões da Vida, sendo 100 crianças e adolescentes de sete a 15 anos, somando mais de 700 pessoas atendidas até o presente momento. De 2000 para cá o IGK já ajudou direta e indiretamente mais de 20 mil pessoas.

Ainda segundo Lehmkuhl, o tênis tem muito apelo nas crianças que participam do Projeto Campeões da Vida, mas outros esportes e oficinas culturais também agregam a iniciativa. “Na parte educacional temos iniciativas na área de biblioteconomia, administração entre outras áreas. Ao promover a educação nessas áreas conseguimos aproveitar esses adolescentes em nosso escritório”, enfatizou o porta-voz do IGK.

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